quinta-feira, 12 de julho de 2007

Fiasco PAN 2007


Marcelle Alves

O Pan-americano de 2007, no Rio de Janeiro está chegando, no próximo dia 13 deste mês os jogos começarão. A cidade do Rio conseguiu o direito de ser sede da 15ª edição dos Jogos Pan-Americanos após uma disputa acirrada com San Antonio, dos Estados Unidos. O país volta a ser palco da competição 44 anos depois, onde a primeira e única vez foi na cidade de São Paulo.

Serão 41 modalidades: Atletismo, Badminton, Basquete, Beisebol, Boliche, Boxe, Canoagem, Caratê, Ciclismo, Esgrima, Esqui aquático, Futebol, Futsal, Ginástica Artística, Ginástica Rítmica, Handebol, Hipismo, Hóquei na grama, Judô, Levantamento, Luta, Nado Sincronizado, Natação, Patinação, Patinação Artística, Pentatlo Moderno, Pólo Aquático, Remo, Saltos Ornamentais, Softbol, Squash, Taekwondo, Tênis, Tênis de mesa, Tiro, Tiro com arco, Trampolim, Triatlo, Vela, Vôlei e Vôlei de Praia.

As modalidades serão disputadas no Complexo Maracanã, estádio João Havelange, Clube Marapendi, Complexo do Autódromo, Marina da Glória, Parque do Flamengo, Praia de Copacabana, entre outros.



Atletas elogiaram a Vila Olímpica, já que foram gastos 336 milhões, mas faltavam alguns reparos, até pouco tempo atrás, faltava luz elétrica em alguns pontos, em maio as vias de acesso aos prédios cederam, abrindo crateras, com isso as obras só terminaram às vésperas da entrada dos atletas, no dia 3 desse mês. No dia 28 de junho na pré-abertura da Vila, quando algumas delegações já estavam no local, operários trabalhavam na urbanização do local. Em frente aos prédios, outro problema: um trecho da Avenida Ayrton Senna também afundou, em tubulações da Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgoto), e as obras só ficam prontas no dia 3, data de abertura da Vila. A cidade de São Paulo poderia sediar o PAN, mas a cidade maravilhosa, com alto índice de assaltos e tiroteios irá sediar.

Em São Paulo os custos seriam menores, haveria mais reformas do que construções. Muito dinheiro gasto, o Maracanã e o Maracanãzinho, foram reformados, no segundo foram gastos 130 milhões de reais, um complexo foi construído no Autódromo de Jacarepaguá, onde teve vários problemas, uma disputa entre a CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo) e o comitê organizador, quase pôs em risco a construção do complexo, que foram gastos 205 milhões de reais. Foi construído um estádio, batizado de João Havelange, o famoso Engenhão, para 45 mil pessoas, gastos 330 milhões de reais, o término esperado era em fevereiro desse ano, mas o estádio teve sua inauguração num jogo recente, que jogaram Botafogo e Fluminense, com algumas falhas, número insuficiente de banheiros e de lanchonetes funcionando, parte da arquibancada estava sem bancos, mas um ponto bom foi a segurança, que estava em forma.

O PAN 2007 pode ser um fiasco por trás das câmeras, filas na hora de comprar ingressos sem a certeza do retorno esperado, aliás sendo os ingressos numerados, as pessoas irão respeitar os lugares? Pra quem nem iria numerar os ingressos, numerá – los já foi muita coisa. Segurança a todos, alimentação, transporte, limpeza, infra-estrutura, números de banheiros suficientes, uma ambulância para cada 10 mil pessoas, ingressos numerados e outras obrigações, será que o Estatuto do Torcedor irá vingar nesse Pan-americano?

Os jogos serão feitos sem nenhum problema, nada de ruim aparecerá na televisão, o Brasil não mostrará para todo o mundo o fiasco PAN 2007.

Um lado bom desse Pan-americano é a oportunidade dos brasileiros assistirem aos jogos, o aumento de empregos, a rentabilidade movida pelos jogos, com turistas, rede hoteleira e de restaurantes em alta, enfim o Rio de Janeiro já conhecido pela sua beleza, também será sinônimo de esporte, tendo a possibilidade de sediar outros jogos no futuro. A necessidade de ocorrer tudo bem é muito importante, o Brasil esta procurando sediar a Copa do Mundo de Futebol de 2014, os resultados do PAN 2007 moverá montanhas.



Marcelle Alves

marcellealvesa1000@hotmail.com









Reestatização da Companhia Vale do Rio Doce

Ir. Fabiana Mª D. Aranha

Dos dias 30 de junho a 02 de julho, Movimentos Sociais realizaram um Seminário pela Reestatização da Companhia Vale do Rio Doce. Privatizada em 1997 no Governo Fernando Henrique, a Vale é a segunda maior empresa brasileira no mercado.

O processo de privatização sofreu muitos protestos, mas ficou emperrado nas engrenagens da Justiça... Inclusive, o leilão que a efetivou pode ser tomado como uma farsa, quando nos deparamos com o montante que ela gera de lucro ano a ano... Por isso e muito mais, como cidadãos podemos dizer que: "ISSO NÃO VALE!" E fazer valer a VALE!

Figuram como réus no processo reexaminado pelo TRF de Brasília a União, o BNDES e FHC. Em decisão de primeira instância, um juiz federal do Pará havia mandado extinguir o processo. O recurso ao TRF teve como relatora a desembargadora Selene Maria de Almeida, que anulou a decisão de primeira instância, determinando a reabertura do caso. (cf.
http://www.adusp.org.br/)

Fique antenado! Informe-se! Há um movimento lutando por um PLESBICITO para que a VALE volte a ser nossa. Você não pode ficar fora disso! Participar, ISSO SIM VALE!!!

No dia 04 de agosto haverá um dia de formação para quem quiser saber mais sobre o assunto, à Avenida Álvares Ramos, 366 - Belém (Metrô Belém).
QUE VALE É A VALE COM A GENTE!

Fonte: http://www.cnbbn2.org.br/ / http://www.adusp.org.br/

Eu Conheço...

Pedro Almodóvar Caballero



Gabriela Paiva

parafalarcomgabi@gmail.com

( Ler ouvindo Quizás, Quizás, Quizás Sara Montiel , é só clicar no nome da música para ouvir, mas fácil que isso só indo pescar no pesque e pague.)




Ele foi assistente admnistrativo da companhia telefônica estatal, cantor de banda de rock, ator de teatro, mas para alegria geral dos cinéfolos acabou entrando para o cinema. Sua família pertencia a classe proletariada, portanto, nunca pode estudar para isso.


Nasceu em Calzada de Calatrava, La Mancha, Espanha em 1951. Sua família emigrou para Extremadura quando ele tinha oito anos, e lá ele estudou com os Salesianos e os Franciscanos, que lhe ensinaram como perder a fé em Deus, e trouxeram inspiração para escrever o roteiro de Má Educação que foi o 1º filme espanhol a ser escolhido para abrir o Festival de Cannes.


Durante o tempo que morou em Extremadura ele começou a ir ao cinema compulsivamente. Aos 16 anos mudou-se para Madri, sozinho, levando na bagagem coragem e o ideal de estudar e fazer filmes. Mas foi impossível matricular-se na Escola Oficial de Cinema, já que tinha sido fechada recentemente. No entanto isso não o deteu, como faria um verdadeiro discípulo de Dom Quixote de La Mancha, resolveu que, já que não poderia aprender na teoria, iria aprender na prática.


Era final dos anos sessenta, e apesar da Ditadura, para um adolescente Madri era a cidade da Liberdade e Cultura. Trabalhou em inúmeros quebra-galhos, mas foi com o salário recebido na companhia telefonica, que pode comprar sua primeira camâra, uma Super-8. Trabalhou nessa empresa por 12 anos, que foram muito úteis para esse contador de estórias, pois pode conviver com a classe média espanhola no início da era do consumismo, seus dramas e indigência.


Juntou-se ao Grupo de Teatro "Los Gollardos", onde durante dias e noites fez filmes com a sua Super-8. Começou a escrever estórias para Revistas Alternativas. Foi membro da Banda Punck-Rock, “Almodovar e McNamara", onde se apresentava travestido. A sorte marcou presença no lançamento do seu primeiro curta-metragem, a Democracia Espanhola estreou no cenário nacional na mesma época.


Após um ano e meio estréia seu primeiro Longa, “Pepi, Luci, Bom y Otras Chicas del Montón (1980)”. A partir dai, filmar ficou sendo segundo vício dominador, ele dedicou-se a escrever e dirigir seus filmes. Suas películas são sempre muito vivas, e exibidas em todo o mundo.


Suas vivencias ulteriores trazem consigo a produção de Labirinto de Paixões (1982), Matador (1986), Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos (1988), indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro, sendo o filme estrangeiro de maior bilheteria nos Estados Unidos no ano de 1989, e o filme espanhol de maior sucesso em todos os tempos. Seguindo sua carreira com Ata-me! (1990), Carne Trêmula (1997) e o grande sucesso mundial Tudo Sobre Minha Mãe (1999), que venceu o Oscar na categoria de Melhor Filme Estrangeiro e lhe rendeu vários prêmios e indicações em todo mundo, consagrando Almodóvar no cenário da sétima arte.


Seu novo filme, Volver, que foi recentemente lançado no Brasil, conta no seu elenco com as participações de Penélope Cruz e Carmen Maura. Dizer que se trata de um filme sensível seria pleonástico já que se trata de uma caraterística de Almódovar, Volver é um trabalho de um diretor maduro, que sabe o que pôr em cena. Pode não ser o melhor filme, eu particularmente prefiro Fale com ela (em que a trilha sonora de Alberto Iglesias ecoou pungentemente os acordes sublimes de sua música no meu córtex cerebral), mas com certeza é um de seus melhores trabalhos.

Vale a pena conferir! Fora Almódovar, só Chico Buarque para entender tão bem a alma feminina.

Curiosidades:
- Carmem Maura já atuou em 7 filmes do Almódovar: Pepi, Luci, Bom y Otras Chicas del Montón (1980), Maus Hábitos (1983), Que Fiz Eu para Merecer Isto? (1984), Matador (1986), A Lei do Desejo (1987) e Volver (2006).
- Caetano Veloso deu o ar de sua graça em Fale com ela cantando Cucurrucucú Paloma .


- Foi o primeiro espanhol a ser indicado ao Oscar de melhor diretor.


- Ganhou o Prêmio Oficial da Ordem das Artes e Letras do Ministério da Cultura Francês.

Fontes de Pesquisa:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pedro_Almod%C3%B3var
http://www.allmodovar.com.br
http://www.adorocinema.com.br/



quarta-feira, 11 de julho de 2007

Mural Cultural

Foto: Thamata Barbosa

Ariane Castelo
O mês das férias começa animado com a chegada em São Paulo do Anima Mundi, o festival passa pelo Rio antes e fica aqui de 11 a 15 desse mês no Memorial da América Latina, serão exibidos clássicos de Normam Maclaren entre outras animações, a entrada no evento é $6, e pode ser livre, da pra consultar no site animamundi.com.br

Agora posso dizer que sou Cinéfila de carteirinha, o HSBC Belas Artes tem um programa chamado CineClube, o associado paga meia-entrada pra assistir todo mês (a cada semana uma "estréia") uma coletânea com clássicos do cinema entre outras vantagens.

Continuando no cinema, que está recheado de estréias franceses e de amor, chega esse mês Paris, te amo, 21 diretores contam cada um uma história que se passa em diferentes bairros da amada Paris, cada um mostra um olhar sobre a cidade luz.

Em Quatro Estrelas, uma professora recebe uma herança e viaja a Riviera Francesa onde conhece um estranho empresário. Já No Calor do verão, um homem rude se envolve com uma jovem sedutora num acampamento de verão. Pra fechar a coletânea particular de estréias, Medos privados em Lugares públicos de Alain Resnais expõe a vida de seis pessoas distintas com um único objetivo: o Amor, também em Paris.

Quem não gostar da minha coletânea pode conferir a Mostra de Cinema Francês da Sala Cinemateca, e se perder na hora de decidir qual dos mais de 20 filmes ver.

Ainda em cartaz no Bar Teatrix, que fica na Peixoto Gomide, a duas quadras da Paulista, está a peça 121.023J . Gostei da forma intimista dessa história onde um garoto sai pra comprar pão e nunca mais volta pra casa. A história é baseada na vida do pai da autora que sobreviveu a campos de concentração na Alemanha, e corre-se o risco de encontrá-lo numa participação especial.$20, estudante paga meia.

Vou fechar essa coluna indicando uma exposição fotográfica chamada Dear Sarajevo, em cartaz na Caixa Cultural. O jornalista Fernando Costa Netto fotografou a capital da Bósnia-Herzegovina em dois períodos 1993, 1994 e 2006, no primeiro Fernando mostra uma cidade cheia de história destruida por uma guerra que poucos de nós ouvimos falar já no segundo período a mesma cidade surpreendentemente 12 anos depois com cara de metrópole, cheia de vida. É impressionante ver o antes e o depois de uma guerra.Meu selo ímpar esse mês sem dúvida vai pra essa esposição. Mas além dela há outros eventos na Caixa Cultural, a maioria com entrada gratuita.


Ótimas Férias!


Ariane Castelo

terça-feira, 19 de junho de 2007

Trabalho?? Para quem??


Ir. Fabiana Mª D. Aranha,

Quando foi que seus pais começaram a trabalhar?
E você, começou a trabalhar com quantos anos?

A diferença das respostas que um único leitor hodierno venha a dar a estas duas simples, embora não ingênuas indagações, por si só já são bastante reveladoras. Questões que dizem respeito ao modo de viver das pessoas sofreram mudanças incontáveis no decorrer de 20 anos.

Alguns, pertencentes a uma geração de “velha guarda”, de certo se recordarão de haver iniciado suas atividades remuneradas em idades bastante temporãs. Quantos não tiveram sua infância tolhida em razão de “ajudar a família”? E haverá muitos que agradeçam por isso, uma vez que esse modo de trabalhar perpassa suas relações, sejam de trabalho, sejam pessoais e familiares.

Contudo, não é por este horizonte, ao nosso ver horizonte histórico, que queremos desenhar estas linhas. Sinta-se o leitor convidado a revestir-se de lentes, não as de grau, como costumamos usar nos óculos, nem a de “achismos”, mas dessas lentes da qual fazemos uso, que são a experiência de uma formação em Serviço Social e de uma Vida Consagrada. Queremos trazer à tona alguns aspectos que o Estatuto da Criança e do Adolescente, mais conhecido como ECA, pondera a respeito da questão TRABALHO, atendo-nos ao Capítulo V, artigos 60 a 69.

O ECA prescreve que nenhuma criança ou adolescente pode trabalhar antes dos 14 anos, exceto na condição de aprendiz (cf. art.60). Igualmente garante o direito de acesso ao ensino regular, além de vedar, em quaisquer condições, o trabalho noturno[1], insalubre, perigoso e penoso, realizado em locais prejudiciais à formação e ao desenvolvimento físico, psíquico, moral e social da criança e/ou adolescente, em horários e locais que dificultem ou impeçam a freqüência à escola (cf. art. 63 e 67).

Assim sendo, segundo a letra da Lei, nosso olhar não pode permanecer indiferente ante incontáveis crianças e adolescentes, de ambos os sexos e distintas idades, que nos abordam nas esquinas e semáforos, seja limpando os vidros de nossos automóveis, fazendo malabarismos, vendendo guloseimas... Essas ações, embora entendidas como TRABALHO pelo senso comum, são na verdade, formas, muitas vezes sutis, de exploração.

Estamos de acordo com aqueles que venham a argumentar que o trabalho assalariado igualmente consiste em exploração da mão de obra. Sim. Mas as atividades acima descritas, realizadas por sujeitos que ainda não atingiram a maioridade, e muitas vezes sequer chegaram à adolescência, não só exploram sua mão de obra, mas tiram-lhes o direito de estudar, de brincar, de ser o que lhes corresponde nesse idade, impondo-lhes um fardo notadamente pesado a curto, médio e longo prazos.

Aqueles mesmos que à primeira indagação que abre estas poucas linhas, tenham se sentido contemplados por uma atividade de trabalho que começou muito cedo, às vezes por volta de seis ou sete anos, talvez se manifestem como fortes defensores do trabalho infantil, como forma de garantir a formação de “homens e mulheres de bem”. Para os que tiverem desperta esta inquietude, vale ressaltar que o ECA não desaprova que adolescentes realizem trabalho. Desde que na condição de aprendizes, implica, impreterivelmente, que o acesso à educação formal seja garantido, que a atividade realizada seja compatível com o desenvolvimento do adolescente e que haja um horário especial para a realização destas mesmas atividades. Por último, embora não menos importante, a condição de aprendiz deve garantir que haja um profissional daquela atividade que ensine e responda por aquela atividade e que esta, preferencialmente, capacite o adolescente à atividade regular remunerada (cf. art. 68 e 69).

Numa sociedade desigual como a nossa, onde as discrepâncias sociais são tantas, onde não há vida para todos, nem casa para todos, nem educação para todos, nem trabalho para todos, nem moradia para todos... ou seja, onde os direitos fundamentais são violados constantemente, nesta sociedade composta por muitos, inclusive por você, caro leitor e por mim, o que esperamos dessas crianças e adolescentes que se vêm lançados à exploração de sua força de trabalho com tão pouca idade, sem direitos básicos protegidos e assegurados?
Que esperamos?

Não reclamemos, portanto, dos frutos que colhemos... Ou se de fato esta situação nos incomoda, e almejamos uma sociedade mais justa e mais equânime, não lavemos nossas mãos ante esta situação. Mas sejamos valentes o suficiente para, desde o lugar em que ocupamos como cidadãos, podermos exigir e lutar por melhores condições de vida, que garantam que crianças possam ser crianças, que adolescentes possam ser não só o futuro de políticas públicas, mas seu foco no presente.

Eu aposto e sonho com esse mundo melhor! Estas linhas, são uma pequena contribuição ao debate que está posto. E você, o que pensa?


[1] Entende-se por trabalho noturno aquele realizado das vinte e duas horas de um dia às cinco horas do dia seguinte.



Ir. Fabiana Mª D. Aranha,
Religiosa de Maria Imaculada,
graduada emServiço Social pela PUCSP.
e-mail: fmdaranha@yahoo.com.br

Alguns pontos acerca do Trabalho Infantil

Nara Lucia Costa Gomes

Ser criança é sinônimo de brincar, estudar e aprender, concorda? O trabalho infantil é prejudicial para as crianças pois impede que elas aproveitem a infância, que freqüentem a escola, que se desenvolvam e tenham boa educação e, às vezes, causa sérios problemas físicos ou psicológicos que duram para o resto da vida. A Organização Internacional do Trabalho (OIT Brasil), é o órgão responsável pela justiça social, ou seja, pela garantia de direitos iguais pra todos. Desde a Segunda Guerra Mundial, a organização luta para combater o trabalho infantil. No entanto, ainda existem dois milhões e novecentos mil crianças e adolescentes, entre 5 e 15 anos, trabalhando no Mundo.

Para reduzir o trabalho infantil é preciso ter uma abordagem integrada que identifique as crianças que trabalham, sensibilize a sociedade sobre os danos morais, físicos e intelectuais do trabalho infantil, adapte as escolas para receber essas crianças, ofereça atividades culturais, esportivas, educativas e de lazer a elas e compense a redução da renda familiar.

O governo federal criou o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil – PETI –, que visa erradicar o trabalho infantil por meio do financiamento de bolsas-escola, do desenvolvimento das jornadas ampliadas de atividades extra-escolares para crianças oriundas do trabalho infantil e de programas de capacitação e geração de renda para seus país. Em 15 anos, o Brasil conseguiu reduzir pela metade o número de crianças de 5 a 17 anos exploradas nas lavouras, carvoarias, nos lixões, na produção de sapatos. O PETI, criado em 1996, atende hoje 931 mil crianças, garantindo às famílias de baixa renda uma bolsa mensal para que mantenham suas crianças na escola. Municípios que participam do PETI precisam ainda oferecer atividades de cultura, esporte e reforço escolar às crianças do programa. É importante ainda combater formas de exploração do trabalho infantil especialmente difíceis de serem erradicadas ou de pouca visibilidade. Dentre essas formas, estão o trabalho infantil doméstico e a exploração sexual comercial de crianças e adolescentes.

Na área da exploração sexual, a UNICEF apóia a realização de pesquisas e estudos que permitam entender a gravidade do problema e definir programas a serem implementados. No entanto, a responsabilidade principal da política, legislação, estratégias e ações orientadas para eliminar o trabalho infantil são de missão governamental. O trabalho infantil deve ser eliminado, em particular nas suas manifestações mais intoleráveis, por não ser consistente com a ética de uma sociedade democrática que objetiva a eqüidade e a igualdade de oportunidades para todos os seus cidadãos. O problema está associado, embora não seja restrito, à pobreza, à desigualdade e à exclusão social existentes no Brasil, mas outros fatores de natureza cultural, econômica e de organização social da produção respondem também pelo seu agravamento. Há, de forma diferenciada no país, uma cultura de valorização do trabalho que insere crianças na força de trabalho com o objetivo de retirá-las do ócio e da possível delinqüência. Por outro lado, existem fatores vinculados a formas tradicionais e familiares de organização econômica, em especial na pequena produção agrícola, que mobilizam o trabalho infantil. É importante que todas as nações estejam conscientes do desafio imposto, estabelecendo uma estreita cooperação com as instituições internacionais e as organizações não-governamentais, de forma que se erradique o trabalho infantil em todas as partes do mundo. Entretanto, antes que se chegue a uma era onde não mais exista esse tipo de trabalho, é necessário compartilhar experiências e fortalecer a vontade política de todas as nações, para que se plasme um mundo melhor onde a docilidade infantil não seja a base de uma exploração que comprometa, no ponto de partida, a realização de toda uma vida. O Brasil, neste particular, resgatou a capacidade de escolher o futuro e de sonhar. E o sonho é retirar as crianças da rua e do trabalho.

Nara Lucia Costa Gomes
Residência Maria Imaculada
e-mail: naralucia86@yahoo.com.br

Eu conheço.....

A historia de um herói brasileiro!


Paola Ma. Sánchez



De um herói de verdade, não daqueles falsos heróis, instantâneos,que a mídia quer fabricar!!!

Eis a historia:
Francisco Alves Mendes Filho, mais conhecido como Chico Mendes (Xapuri, 15 de dezembro de 1944 — Xapuri, 22 de dezembro de 1988). Seringueiro, sindicalista e ativista ambiental brasileiro, lutou contra a extração madeireira e a expansão dos pastos na Amazônia.

Fundador do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Brasiléia (1975) e de Xapuri (1976), Chico Mendes participa ativamente das lutas dos seringueiros para impedir desmatamentos. Em 1977, transforma a Câmara Municipal num grande foro de debates entre lideranças sindicais, populares e religiosas, sendo por isso acusado de subversão e submetido a duros interrogatórios. Em dezembro do mesmo ano, Chico é torturado secretamente. Sem ter apoio, não tem condições de denunciar o fato.

Fundador e dirigente do Partido dos Trabalhadores no Acre, Mendes participa dos comícios na região juntamente com Lula. Ainda em 1980, Chico Mendes é enquadrado na Lei de Segurança Nacional, a pedido dos fazendeiros da região que procuravam envolvê-lo com o assassinato de um capataz de fazenda.

Em outubro de 1985, lidera o 1º Encontro Nacional dos Seringueiros. A partir de então, a luta dos seringueiros, sob a liderança de Chico Mendes, começa a ganhar repercussão nacional e internacional, principalmente com o surgimento da proposta de "União dos Povos da Floresta", que busca unir os interesses de índios e seringueiros em defesa da floresta amazônica, propondo ainda a criação de reservas extrativistas que preservam as áreas indígenas, a própria floresta, ao mesmo tempo em que garantem a reforma agrária desejada pelos seringueiros.

Em 1987, Chico Mendes recebe a visita de alguns membros da ONU, em Xapuri, que puderam ver de perto a devastação da floresta e a expulsão dos seringueiros causadas por projetos financiados por bancos internacionais. Dois meses depois, Chico Mendes levou estas denúncias ao Senado norte-americano e à reunião de um banco financiador, o BID. Trinta dias depois, os financiamentos aos projetos devastadores foram suspensos e Chico acusado por fazendeiros e políticos de prejudicar o "progresso" do Estado do Acre. Meses depois, Chico Mendes começou a receber vários prêmios e reconhecimentos, nacionais e internacionais, como uma das pessoas que mais se destacaram naquele ano em defesa da ecologia, como por exemplo o prêmio "Global 500", oferecido pela própria ONU.


Durante o ano de 1988, Chico Mendes, cada vez mais ameaçado e perseguido, continuou sua luta percorrendo várias regiões do Brasil, participando de seminários, palestras e congressos, com o objetivo de denunciar a ação predatória contra a floresta e as ações violentas dos fazendeiros da região contra os trabalhadores de Xapuri. Por outro lado, Chico participou da realização de um grande sonho: a implantação das primeiras reservas extrativistas criadas no Estado do Acre. A partir daí, agravaram-se as ameaças de morte, como o próprio Chico chegou a denunciar várias vezes, ao mesmo tempo em que deixou claro para as autoridades policiais e governamentais que corria risco de vida e que necessitava de garantias, chegando inclusive a apontar os nomes de seus prováveis assassinos. Em 22 de dezembro de 1988, Chico Mendes foi assassinado na porta de sua casa. Chico era casado com Izamar Mendes e deixou dois filhos, Sandino e Elenira.

Anos depois, o Presidente Lula sancionou: "Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei 10.952/2004: Art. 1º. Será inscrito no "Livro dos Heróis da Pátria", que se encontra no Panteão da Liberdade e da Democracia, o nome de Francisco Alves Mendes Filho, o Chico Mendes, líder seringueiro. Brasília, 22 de setembro de 2004, Luiz Inácio Lula da Silva".

Chico Mendes é um herói mesmo, não porque Lula sancione uma lei, não porque seja um ícone da luta sindical, não por ter ganho prêmios e reconhecimentos internacionais, também não é um herói por ter sidoi assassinado...nem por isso! Para mim, Chico Mendes é um herói porque teve o bom censo de não se conformar com aquilo que estava errado e teve a coragem de assumir uma causa que ia muito além de seu beneficio pessoal.

É um herói porque teve uma causa, teve uma luta e teve a disposição não só de morrer por essa causa... mas de viver para essa luta!

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Página_principal. Aceso em Maio de 2007

Musicas na homenagem do Chico Mendes:
http://www.youtube.com/watch?v=20YDYHNyZl4
http://www.youtube.com/watch?v=y_dTXf2_4cM

Paola Ma. Sánchez

Residência Maria Imaculada

e-mail: sanmart_11@hotmail.com